Insensatamente apaixonada
Cega, tonta e louca por você
Uma mariposa que não pousa
Pois tudo que ousa é lhe querer
Desvairadamente alucinada
Na semi-escuridão de um quebra-luz
Como o cisne branco sobre a lama
Eu me dilacero em sua cama
Na fascinação dos seus suplícios
Vivo a insaciável aflição
De ser desfrutada como um vício
E me desgovernar nas suas mãos
Os lençois no chão amarrotados
Gotas de suor no edredon
Nossos risos tão esfarrapados
E a felicidade no colchão
Bata se quiser mais não me obrigue
A amordaçar meu coração
Tente compreender Nelson Rodrigues
Esgote o poço escuro da paixão